Esta água, este mar (summer feelings)
- Cabanas da Viscondessa
- 22 de jul. de 2022
- 1 min de leitura
Atualizado: 23 de jul. de 2022
Levantei os olhos do livro, olhei em redor e senti os cotovelos na pedra quente, mas não me incomodava. Uma gota de água salgada escorreu-me da face e saborei com um sorriso. Estava na altura de mais um mergulho.
A água está cristalina, deixei-me contemplar com os pés no primeiro degrau que antevê um mergulho. Antecipa-se uma submersão de frescura que não custa ao corpo, mas sim que envolve como se equilibrasse a temperatura do mesmo. E como se vê com clareza as rochas no fundo, alguns ouriços e estrelas do mar na parede que antecede os degraus. Ocasionalmente cardumes de peixes pequenos aproximam-se dos nossos pés a mesma curiosidade que os contemplamos. Mais adiante distingue-se um ou outro sargo adulto que faz adivinhar a abundância deles junto à costa.
E aquele mergulho acontece, lento, sentido, que inequivocamente nos leva ao de cima num flutuar involuntário que dispensa boias de plástico. E a rocha negra faz contrastar o azul do céu na água em particular à luz do final de tarde que se fez bem quente. Pausa. Sensação.
E sai-se da água para encostar o corpo no chão quente, como um bife na pedra. Retomando a leitura, com som de fundo de splash e ahh e pés a correr com as solas a bater no chão, qual aplauso com a planta do pé com pressa de mergulhar. Devagar, consolada.
E repete-se.



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